Ao conhecê-lo não sabíamos como seria nosso relacionamento, mas sempre que recebemos alunos novos nos perguntamos, como seria o comportamento e o relacionamento alunoXescola. Tínhamos conhecimento de que Caio era um garoto amigo, alegre, estudioso, muitas vezes cara fechada mais acima de tudo um bom filho. Não conhecemos ninguém que não gostasse do Caio, era conversador gostava de fazer perguntas e reclamações, sempre que íamos à sala para dá algum aviso ou até mesmo para puxar a orelha de alguns alunos, quem se pronunciava primeiro com perguntas “Caio”, perguntava coisas possíveis e impossíveis e ouvíamos imediatamente o coro “cala a boca Caio”. Tinha uma mãe dedicada e preocupada com o filho, ia até a escola sempre que podia para saber do comportamento e notas, a mesma tinha razão no que comentava seu filho, era mesmo um bom menino, ele sempre se preocupava com o resultado das avaliações, tirava boas notas e dificilmente ficava em recuperação. Gostava de jogar bola e era um São Paulino apaixonado sempre o encontrávamos com a camisa do São Paulo, gostava tanto de futebol que um dia ele e os colegas resolveram pegar a bola na sala de Educação Física, como era o menor, os colegas o colocaram pela caixa do computador para pegar a bola, isto ocasionou em uma ocorrência, chamar a mãe para comunicar o fato e nossa preocupação por um pretenso acidente, várias vezes foi encontrado com a bola debaixo do braço “o dono da bola”. Como já havia jogado handebol em outra escola participou algumas vezes dos treinos, mas não levou muita fé na equipe e afastou-se, inclusive tinha uma bola de handebol. Quando conhecemos em 2008 era pequenino e franzino, agora já tinha corpo, começou a mudar de comportamento, isto depois que mudou de religião, estava mais calmo nas aulas, mais fechado, diminuiu as falas e as perguntas e vendo as colegas com outros olhos. Não é por acaso que conhecemos as pessoas, foi muito boa nossa convivência, só não esperávamos ser tão rápida e tão brusca, triste fatalidade que ainda paira a dúvida sobre ela. Até aqui estávamos juntos uma família completa Família Machadiana, que já tinha diminuído com o precoce desaparecimento do Matheus. Passamos muitos momentos juntos não faltavam obstáculos para que junto pudéssemos transpor, tivemos a alegria de compartilharmos dos mesmos momentos, a alegria de ter focado em um mesmo projeto a educação, no inicio a nossa saudade vai ser grande, o nosso conforto é que todos teremos um reencontro de paz, alegria e felicidade, que nesse momento façamos uma reflexão por ainda termos a oportunidade de fazermos boas coisas, boas amizades e o bem. Iremos ficar torcendo para que Caio tenha uma vida eterna cheio de luz, esteja no reino do céu, que Deus o tenha recebido de braços aberto. Dia 29 de outubro, sexta-feira foi o último dia de convivência em vida com todos que o cercava, mais o início de uma vida de convivência eterna. Jamais o tempo apagará o laço de amizade que tivemos em vida.
Família Machadiana. Te: 31.10.2010.
